Bovinos
Carne seca frita com açaí
Rendimento
6 pessoas
Preparo
20 minutos
Ingredientes
- 1 Kg de carne seca
- 1 Litro de açaí grosso fresco;
- 500g De farinha d´água crocante
Modo de preparo
- Coloque a carne seca para dessalgar em água quente até ficar macio.
- Retire o excesso de água com um papel toalha ou pano.
- Frite a carne seca em uma frigideira, com óleo, até ficar crocante.
- Sirva o petisco com uma tigela de açaí (batido frio sem açúcar) e com farinha d´água crocante.
Não é só pelas bandas do Nordeste que o charque (carne seca) é item indispensável da cozinha local. Na Região Norte também!
Graças à fartura das águas amazônicas, naturalmente associamos a culinária do estado do Pará com peixes. Mas o receituário regional paraense também inclui as carnes curadas como o charque.
Por isso é comum encontrar nos botecos paraenses o charque frito bem crocante acompanhado de uma enorme cumbuca de açaí batido e coberto com farinha d´água crocante (veja foto e receita abaixo). O petisco pode parecer exótico para grande parte dos brasileiros por misturar fruta e carne. Mas na região norte, o açaí fresco é batido sem açúcar para formar uma espécie de acompanhamento coringa servido frio para pratos salgados como peixe, camarão e carne.
O açaí é tido como o ‘feijão’ do paraense e está na mesa diariamente. Dá para perceber bem essa relação ao visitar o Ver-o-Peso, em Belém, PA, o superlativo mercado público da cidade, considerado a maior feira livre da América Latina.
Para abastecer esse hábito, o processo é longo: trabalhadores passam a noite na empreitada embarcando os frutos colhidos na floresta. Transportam dezenas de barcos carregados e, lá pelas três da manhã, essa carga chega ao mercado capital paraense, que tem um de seus vértices às margens do Rio Guamá. E é ali mesmo, ainda dentro nos barcos e nesse horário, que acontece a já tradicional Feira do Açaí (veja galeria de fotos abaixo).
Nesse entreposto é que se negocia todo o açaí, sempre in natura, que vai abastecer a cidade e seus arredores, e isso inclui de pequenas lanchonetes a restaurantes e grandes redes de supermercado. Uma boa parcela fica também para as ‘boeiras’, nome dado às comerciantes da ala que serve refeições, no melhor estilo prato feito, no Ver-o-Peso.
Seja qual for a escolha do cardápio – peixe ou carne – pode ter certeza, sempre terá a sagrada cumbuca de açaí acompanhando o almoço. Mesmo sendo estranho a quem não é imerso nessa cultura, vale tentar encontrar um lugar entre os disputados balcões e vivenciar essa saborosa experiência.
Numa próxima visita a Belém, se o açaí não é um souvenir tão fácil de trazer na bagagem, a não ser na versão congelada que requer certos cuidados no transporte, explore os tantos outros galpões do mercado Ver-o-Peso. E traga, ao menos, alguns ingredientes na mala que vão ajudar você a lembrar, de maneira bem saborosa, os sabores dessa terra tão especial. Logo ao lado dessa área que serve alimentação, existe uma seção dedicada à castanhas, farinhas e, claro, as rubras mantas de charque, carne que estrela a receita desta reportagem.
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